Parada da Diversidade arrasta multidão em Boa Viagem em protesto contra fundamentalismo, machismo e racismo
15/09/2024
Neste domingo (15) é celebrada a 23ª edição do evento. Manifestantes em prol da causa LGBTQIA+ se reuniram na orla de Boa Viagem. Parada da Diversidade, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife
Luna Markman/TV Globo
Foi com sol, cor e vontade de lutar por garantia de direitos que manifestantes em prol da causa LGBTQIA+ se reuniram na orla de Boa Viagem, na Zona do Sul do Recife, para a Parada da Diversidade de Pernambuco. Neste domingo (15) é celebrada a 23ª edição do evento.
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Este ano, o tema escolhido foi "Vidas LGBT+ importam! Fundamentalismo, machismo e racismo: dói, machuca e mata". A concentração começou às 8h, no Parque Dona Lindu, em frente à praia de Boa Viagem.
No local, famílias, amigos e pessoas LGBTQIA+ de diversas partes do estado aproveitaram o domingo ensolarado para curtir shows e apresentações culturais da comunidade.
Grupo de amigos de Surubim, no Agreste, na Parada da Diversidade do Recife
Iris Costa/g1
O professor de dança e assistente social Eduardo Santos veio com um grupo de amigos da cidade de Surubim, no Agreste do estado, para se divertir e apoiar a luta por direitos. Eles vestiram uniforme de líderes de torcida para o evento.
“Essa é a minha quinta parada. A gente já veio assim combinando antes, mas nunca em um grupo tão grande. Nós somos um grupo de dança, o grupo paralelo. É sempre muito bom, a receptividade é ótima”, disse.
Grupo levou cachorra para a Parada da Diversidade
Iris Costa/g1
Moradoras de Paulista, no Grande Recife, Mariana Pessoa e Kelly Azevedo trouxeram a cachorrinha Sofia para acompanhar a parada em família. “A gente não deixa ela em casa sozinha, então onde a gente vai, ela vem com a gente”, comentou Mariana.
Kelly Azevedo frequenta a parada da diversidade há cerca de 10 anos. A comerciante conta que o passar do tempo trouxe mais liberdade para o público LGBTQIA+. “As pessoas hoje são mais abertas, a gente tem mais liberdade”.
Gleybson Voguel (no centro) e amigos na Parada da Diversidade do Recife
Iris Costa/g1
O empresário recifense Gleybson Voguel também frequenta a parada há vários anos. Segundo ele, apesar dos avanços sociais, a parada deve ser vista como uma ocasião de luta por direitos.
“As pessoas estão fazendo da parada um evento qualquer, sem se importar com o tema. A Parada da Diversidade, no Brasil todo, é para mostrar que somos pessoas que existem e são participativas na sociedade. Além de toda a atração [cultural] que tem, é muito importante mostrar que a gente é gente, a gente existe. Não é só ser gay, é ser um ser humano e ter respeito”, afirmou.
Thiago Rocha, um dos coordenadores do Fórum LGBT de Pernambuco, que realiza a parada, apontou a necessidade de visibilidade para a população negra e periférica.
“O racismo está impregnado na sociedade. A gente tem uma população negra LBGT enorme, que precisa ser visibilizada”, comentou.
O organizador também criticou o uso político da LBGTfobia como forma de impulsionar candidaturas durante o período eleitoral.
“Eles buscam votos dizendo que são contra nós, pessoas LGBTs. Isso é algo surreal de acreditar, que é utilizar a minha vivência, o meu afeto, minha forma de amar, como algo negativo para ganhar alguns votos. É contra isso que precisamos da nossa militância”, apontou.
Concentração para a Parada da Diversidade, no Recife
Luna Markman/TV Globo
Parada da Diversidade, no Recife
Luna Markman/TV Globo
Concentração para a Parada da Diversidade, no Recife
Luna Markman/TV Globo
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